Antes de o Maracanã iniciar obras, Vasco e Flu fazem clássico lotado

Para cobrir exigências para a Copa de 2014, estádio terá capacidade reduzida. Partida vai ter recorde de público do Campeonato Brasileiro 2010

Uma parcial despedida em grande estilo, com festa na arquibancada e recorde de público. O clássico entre Vasco e Fluminense vai entrar para a história como o maior público do Campeonato Brasileiro de 2010 - são esperados mais de 80 mil torcedores - e marca o fim do Maracanã como conhecemos atualmente. Depois da partida deste domingo, às 18h30 (de Brasília), o estádio mais tradicional do país vai ter uma grande parte se transformando em um canteiro de obras para cumprir as exigências do Caderno de Encargos da FIFA para ser o palco da final da Copa do Mundo de 2014. Quando voltar a ser utilizado em sua capacidade máxima - algo previsto para acontecer só em 2013 -, um estádio bem diferente será apresentado ao torcedor. Mais moderno e confortável. Com nova cobertura e visão mais próxima e privilegiada do gramado.

O espetáculo não poderia ser melhor. Líder isolado do campeonato, o Fluminense está invicto há 11 jogos no Brasileirão. São nove vitórias e dois empates. Do outro lado, o Vasco vem de uma arrancada desde a chegada do técnico Paulo César Gusmão e está em nono lugar. São oito jogos sem perder. Em campo, várias estrelas. Conca, Emerson e Washington vão começar a partida. E o clássico ainda vai marcar a estreia do meia Deco com a camisa tricolor após 13 anos fora do país. Do lado cruzmaltino há Felipe, Zé Roberto, Carlos Alberto e Éder Luis.

Após a partida, o Maracanã fecha parcialmente. As obras vão começar pelo o anel inferior (cadeiras azuis). O estádio passará a ter sua capacidade reduzida para 45 mil lugares. No total, a reforma vai custar cerca de R$ 705 milhões. O gramado vai ser reduzido. Dos atuais 110m de comprimento por 75m de largura, vai passar a ser de 105m por 68m.

O clássico é marcado por reencontros. O vascaíno Felipe e o atacante tricolor Emerson foram companheiros no Al-Sadd, do Catar. O mesmo acontece com Deco e Carlos Alberto, que estavam juntos no Porto em 2004 quando conquistaram a Liga dos Campeões e o Mundial Interclubes. Agora, os amigos jogam de lados opostos.

- O Carlos Alberto foi o jogador mais talentoso que já vi atuar - disse Deco.

- Aprendi mais com Deco do que com qualquer outro que tenha jogado ao meu lado. Ele me ajudou muito quando cheguei ao Porto. Temos que pensar em impor nosso ritmo e buscar a vitória. Temos condição de competir com qualquer equipe no Brasil - completou Carlos Alberto, devolvendo os elogios.

O técnico Paulo César Gusmão adotou a tática do mistério, mas no único treino coletivo que fez antes do clássico, repetiu o time o que venceu o Grêmio Prudente por 2 a 1, na última rodada. Ele tem à disposição novamente o capitão Carlos Alberto, que cumpriu suspensão. O camisa 19, no entanto, deve começar o clássico no banco.

A dúvida para o jogo é o lateral Max, que está com um problema muscular na coxa. Como sua escalação não é garantida, é possível que Carlos Alberto seja escalado no lugar do jovem atleta e Felipe acabe deslocado para o lado esquerdo. Desta forma, seria a primeira vez que o Zé Roberto, Felipe, Carlos Alberto e Éder Luis começariam uma partida juntos.

- Hoje estamos perto do G-4, mas ao olharmos para trás, tem muita gente vindo. Vamos buscar os resultados para poder estar o mais próximo possível dos quatro primeiros. Este é o primeiro objetivo - disse Paulo César Gusmão.

Sem contar apenas com Fred, Muricy Ramalho faz mistério sobre a escalação do Fluminense. O ponto de interrogação está em cima de Deco. No único coletivo da semana, na quinta-feira, o treinador repetiu a escalação da vitória sobre o Internacional, no esquema 3-5-2, mas também trabalhou a equipe com Deco em campo, no 4-4-2, na vaga de Leandro Euzébio.

- São dois times com grandes jogadores. Não costumo opinar sobre adversários. Se disser que o meu é melhor, pode parecer uma crítica. Só digo que trata-se de um bom time e que respeito muito - disse Muricy.

Destaque da equipe nas últimas partidas, Conca preferiu falar da possibilidade de ter um novo companheiro de meio-campo. Responsável pela armação das jogadas da equipe, o argentino se mostrou lisonjeado por estar ao lado de um atleta com o currículo de Deco.

- Fico muito feliz por jogar ao lado do Deco, por compartilhar um vestiário, um treino com ele, com um jogador tão importante. Vai ser bom. Todo mundo vai ajudá-lo a desenvolver o grande futebol que tem. Reconhecido em todo mundo.

O Fluminense não vence o Vasco desde março de 2008, quando levou a melhor em confronto pela Taça Rio. Desde então, foram realizados seis jogos, com quatro empates e duas vitórias vascaínas.